quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O Algarve também tem disto








Sempre fui muito curioso com tudo o que me rodeia, e sempre que sou atraído por algo, acabo por, muitas vezes, entrar em buracos, acabando por fazer verdadeiras viagens no tempo...
Partilho algumas fotos da minha última descoberta. Esta casa e adega do séc.XIX, em muito mau estado de conservação, guardam no interior algo que nunca pensei encontrar aquando da passagem pelo tal "buraco". Para meu espanto, a casa possui belos frescos pintados nas paredes, apesar da má conservação do imóvel.   
Claro que senti um enorme prazer com esta descoberta, mas de seguida a minha tristeza foi ainda maior ao reconhecer o abandono destas preciosidades. Receio muito que tudo isto desapareça em breve e que para a posteridade fiquem apenas estas fotos que tirei... Sinto-me verdadeiramente IMPOTENTE mas conformado com a realidade em que vivemos.

5 comentários:

  1. ***** mesmo, o sítio é simplesmente fantástico... mas infelizmente esse misto de sensações é cada vez mais comum... basta sair um pouco fora dos "caminhos tradicionais" e encontram-se sítios desses...

    + 1 x parabéns pela descoberta...

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  2. Que fantástico Zé Júlio!
    Será que poderás tirar uma foto de cada um dos painéis em particular? Com alguma pormenorização se possível.
    Têm um ar tão neoclássico e interessante!
    Tenho paixão por frescos e, quando tenho o tempo e a oportunidade, adoro poder executá-los, o que já fiz em uma ou outra casa (apesar de não utilizar a técnica do fresco, a qual não domino).
    É raro fazê-lo, pois falta-me o tempo (e eu sou muito lento a executar estas pintura), mas este tema é uma das minhas paixões.
    Talvez, se tiver o tempo, possa executar um ou outro no Alentejo.
    Mas eu quero sempre tanta coisa, mas, depois, face ao tempo que me sobra, fico sempre cheio de pena de não as fazer ...
    Obrigado por dares a conhecer
    Manel

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  3. Caro Zé Júlio

    Nós os portugueses somos uns loucos em deixar ao abandono estas pinturas.

    Como já te disse pessoalmente, estas pinturas parecem-me dos finais do Séc. XVIII, muito ao gosto do célebre pintor francês Jean Pillement (1728—1808), que esteve duas vezes em portugal, a última das quais em 1780.

    Segundo a Wikipedia, as "ilustrações de Pillemente são uma combinação fantástica de pássaros, flores, borboletas e outros elementos faunísticos e florísticos com grandes figuras humanas e elementos orientalistas retirados do estilo da chinoiserie. Os seus desenhos foram utilizados por gravadores e decoradores para impressão sobre cerâmica, porcelana, prata, papel e tecidos diversos, incluindo os destinados a papel-de-parede."

    Portanto, é possível que algum bom pintor tenho usado um cartão com motivos desenhados por Pillement, para executar as pinturas desta casa. O trabalho é muito requintado e não foi feito por um artista qualquer.

    Em Lisboa, nos interiores dos prédios da Baixa Pombalina estas pinturas são relativamente comuns.

    Um abraço e parabéns pela descoberta

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  4. Olá Zé Julio!
    Como eu disse, de vez em quando venho rever este blog que me conquistou desde o primeiro dia que o abri. Também foi ele o culpado, no bom sentido, de vizitarmos a casa catita e conhecer o seu anfitrião, uma das melhores coisas que nos aconteceram durante a nossas férias neste ano; opinião secundada também pelo meu marido.
    ESta casa em ruínas, esta preciosidade perdida é um facto demasiado triste. Quem a mandou construir com que gosto o terá feito, com que alegria a terá habitado... E agora toda esta arte e beleza, irá acabar na vala comum do lixo e esquecimento,como se dum vulgar trapo se tratásse. É triste.
    Um abraço, amigo Zé Julio. Da forma como nos recebeu, não sei chamar-lhe doutro modo.
    Dília e Olímpio.

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