quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Em dias mais frios, aqueço com pedras maiores...








Temperaturas como as dos últimos dias, são perfeitas para trabalhos mais pesados. Este é, talvez, um dos segredos para se suportar o frio com pouca roupa. Quanto a mim, não só deixo de transpirar, como consigo trabalhar ainda mais, e são dias muito produtivos.
Quem beneficia também com o clima, são as plantas do jardim, em especial as suculentas, como podem ver em algumas das fotos que fiz hoje.
O jardim conta também com muitos pássaros nesta altura do ano. Há de tudo na Catita, mas hoje gostei especialmente da forma descontraída de um chapim enquanto bebia água.
Em relação à aranha, infelizmente esta finou-se, pois um belo charneco de asa azul viu nela um pitéu... 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Somos do tamanho dos nossos sonhos...






Se há coisa de que me orgulho muito, é possuir mãos grandes e conseguir tirar muito partido disso. Esta minha característica física, associada a uma necessidade de criar, faz com que, por vezes, me sinta perdido e inútil quando estou parado, supostamente a descansar ou, por outras palavras, sem fazer nada. 
Reconheço que muito pouco do que faço é com o objetivo de agradar a alguém, e como me considero  muito teimoso, raramente deixo de fazer o que tenho em mente, mas gosto muito de partilhar.  
Descrevo-me como alguém que pensa e trabalha com as mãos, e que tem tenta, sempre que possível, pôr em práticas alguns dos seus sonhos, com um pequeno problema: sou muito desorganizado e incapaz de estar muito tempo a fazer a mesma coisa. 
Busco inspiração em tudo o que me rodeia, mesmo que, como no caso da última foto, tenha que apanhar um assustado escorpião. 
Para muita gente, a minha vida é muito pouco ortodoxa, e talvez algo selvagem, mas só assim faz sentido para mim, pensando com as minhas mãos...    

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

As folhas a cair e o Natal a chegar



Só agora parece ter chegado o momento da desfolhada das figueiras, o que normalmente acontece em outubro. Gosto dos tons dourados das folhas e do som que produzem ao caírem. Durante os próximos meses, elas vão estar despidas, desta forma expondo uma boa parte do jardim, onde agora começam a surgir as plantas e flores de inverno. Enquanto as figueiras e outras plantas vão passar um longo sono de inverno, muitas outras estão precisamente a acordar de um longo e quente verão. Gosto imenso deste contraste anual que o jardim apresenta, e que está muito dependente da quantidade de chuva. A chuva que tem caído fez com que todas as orquídeas selvagens, que existem no espaço, já tenham germinado, algo que não aconteceu no ano anterior.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Os meus muros "vivos"








Sempre que acabo de construir um muro, sei que quase nada do que tinha em mente inicialmente foi posto em prática... Na verdade, à medida que vou colocando pedras, umas sobre as outras, vou-me deixando envolver pelo processo e, quando dou por mim, já estou a fazer algo diferente. Talvez por isso, uma amiga minha costuma dizer que estas estruturas em pedra, que habitualmente são frias e pesadas, passam a estruturas vivas e quentes nas minhas mãos.
Se depender de mim, acho que vou continuar com este conceito de construção, em que ruínas são recriadas e onde os meus jardins suspensos crescem. Este é o meu contributo para aquilo que considero ser um jardim mediterrânico de baixa manutenção, aqui no Algarve, pois acredito que faz toda a diferença. 
A Miká, que vive ao lado e passa grande parte do tempo a controlar tudo o que faço, talvez sinta uma grande vontade de dar uma ajudinha...

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Um dia de pausas...






Como ainda não recuperei totalmente das costas e, ultimamente, do meu pulso direito, hoje optei por trabalhar com pedras mais pequenas. Mesmo assim, fiz algumas pausas para fazer outras coisas. Uma delas, foi mais um vaso em pedra para plantar umas plantas suculentas. Usei uma das minhas pedras favoritas, um belo calhau de grés do Algarve. A cor desta pedra resulta sempre muito bem como suporte deste tipo de plantas, acho mesmo que é um casamento perfeito.
De volta ao muro, e algumas pedras mais tarde, houve necessidade de parar novamente para descansar o pulso. Desta vez, resolvi pendurar na cozinha algumas romãs para o inverno. Por fim, coloquei o aplique no portal manuelino.
Acho que todo o prazer que tive hoje fez com que ficasse sem dores... vamos ver amanhã.

sábado, 17 de novembro de 2012

Hoje, cozeu-se o pão e provou-se o vinho novo.







Uma das coisas de que gosto, passa por recordar sabores e aromas do passado, e foi exatamente o que fizemos hoje, em Alcantarilha.
O dia começou com o amassar do pão feito com fermento caseiro e, quando chegou o momento de dar forma à massa, houve pão com quase tudo. É o que acontece quando temos memórias ricas...
O "panito", ainda quente, fez parte do almoço onde foi provado o vinho novo que, embora jovem, promete ser vir a ser uma boa "pomada".

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Flora selvagem no Algarve






Sempre que posso e tenho vontade, gosto de caminhar ao longo da ribeira de Algibre, próximo de Alfontes, no concelho de Loulé.
Este vale possui uma enorme riqueza em flora mediterrânica, e não é raro deparar-me com algo que até então desconhecia. E foi o que me aconteceu ontem.
Gosto muito desta estação e recordo, com alguma saudade, as cores de outono do Central Park, em Nova Iorque, algo que quase não existe por cá, no Algarve. Mas, ontem, fiquei encantado com um pequeno arbusto (1ª foto), cujas folhas apresentavam uma cor quente, de um amarelo quase dourado, e carregado de bagas avermelhadas. É curioso apercebermo-nos, em determinado momento das nossas vidas, de que algo que até então era banal, passa a assumir interesse.
Pois bem, após alguma pesquisa na net, fiquei a saber que se tratava de um Pistacia terebinthus, também conhecida como cornalheira, bastante comum nos nossos matos. Este arbusto tem um potencial enorme em termos agrícolas, pois é sobre esta variedade rústica autóctone que é enxertada a variedade Pistacia vera, produtora dos tão apreciados pistácios.
Parece que este arbusto se distribui por todo o pais, e é bem possível que alguns dos seguidores deste blog até os tenham. Se for esse o caso, sugiro que os enxertem, usando o método de "borbulha". Mas não se esqueçam que são sempre necessárias plantas de ambos os sexos para que haja produção de frutos! Este arbusto é de folha caduca, ao contrário da nossa aroeira comum, a Pistacia lentiscus.
Uma outra coisa que encontramos, foi mais uma pequena orquídea selvagem com flores brancas. Esta orquídea tem a particularidade de ser a única que floresce no outono. Esta pequena beleza é conhecida cientificamente como Spiranthes spiralis, e surge em vários países de Europa.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Mais um dia interessante










Como tenho andado de "baixa médica", hoje resolvi participar num encontro organizado por residentes estrangeiros (sobretudo Ingleses) que vivem no Algarve e que são apaixonados pela nossa natureza.
O encontro teve lugar em Albufeira, no Hapimag resort, localizado junto à falésia e, claro, com uma vista sobre o mar. Quase todo o jardim é composto por plantas mediterrânicas, o que torna o espaço merecedor de uma visita mais atenta. Neste hotel há um grande respeito por toda a flora e fauna selvagem do Algarve.
A primeira parte da conferência, em que Sue Parker foi oradora, deu-nos a conhecer um site muito bem feito e criado por ela. 
Através de Pat O`Reilly ficamos, ainda, a conhecer melhor o fascinante mundo dos cogumelos e, em especial, os do Algarve. Após o almoço houve ainda uma saída de campo para identificação de alguns cogumelos, encontrados nos jardins do hotel.
Ambos os oradores têm trabalhos publicados que podem ser encontrados nesta morada.
A organização esteve a cargo da simpática Rosie Peddle, uma grande entusiasta da nossa botânica.
O dia acabou com mais um "mocho" na Catita. Afinal, era apenas um gato invejoso   

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Todo o cuidado é pouco...







...quando há necessidade de arrancar ervas no jardim. E como a nossa opinião sobre "ervas daninhas" é bastante subjetiva, o que para uns é erva, para outros, é uma bela planta. E, muitas vezes, o aspecto mais ornamental da planta são as suas sementes, mas quando há limpezas no jardim, elas são cortadas logo após a floração, não permitindo a sua formação, como é o caso do lírio fétido (Iris foetidissimo), na 5ª foto. 
Se um dia eu tiver necessidade de recorrer a uma empresa de jardinagem para cuidar do jardim, acho que metade das nossas belas plantas será, infelizmente, arrancada, pois elas serão consideradas mato ou ervas daninhas... Acho que seria um dia muito triste para mim, e uma grande perda para o jardim. Estamos a falar de plantas que não precisam de cuidados, nem de regas, e que todos os anos encantam os nossos olhos com as suas flores, e não só.
Viver no Algarve permite-me conhecer, todos os anos, muitos turistas que pouco ou nada conhecem do nosso país. Ao mostrar-lhes este espaço da Catita, tento sempre chamar a atenção para as nossas plantas e assim dar-lhes a conhecer o que de melhor nós temos por cá. É claro que o cenário é tudo menos natural, pois foi 100% manipulado por mim, mas sempre com a preocupação de criar algo de muito cénico.
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